Um bebê entre nós
A chegada do primeiro filho é sempre um momento de transformação importante na vida do casal, pois independente do bebê ter sido planejado ou não, sempre existirão muitas adequações a serem realizadas. Trata-se de uma mudança de status radical; um salto para uma nova etapa incluindo até mesmo, uma nova geração.
Cada um dos cônjuges assume novos papéis e, consequentemente, novas responsabilidades, passando de “amparados” para “amparadores”. Surge então a necessidade do casal se organizar para encarar as demandas da nova etapa. Ouve-se muito falar sobre as providências práticas como enxoval e quarto do bebê, mas as providências que se evidenciam são as de ordem emocional a fim de que essa nova família tenha condições de se desenvolver de forma sadia. Isto significa que homem e mulher deverão equilibrar, dentro do possível, seus papéis como pai e mãe, marido e mulher, companheiros, parentes e amigos. É também um período que se deve dar muita atenção para a fronteira da nova família já que sendo principiantes, todos se sentem no direito de invadir e dar palpites. Cabe aos cônjuges mostrar que desejam e não abrem mão de exercer a principal autoridade sob o bebê que é a paterna e materna e que, dessa forma, devem ser respeitados.
Existe ainda uma questão fundamental no reequilíbrio da vida do casal que é o grande fascínio que o bebê exerce, monopolizando atenção e carinho. É importante lembrar que não é porque pai e mãe estão felizes e desejam estar com seu rebento, que o homem e a mulher deixam de ter suas necessidades afetivas e sexuais. Muito a que se vigiar para que o filho que deve unir ainda mais o casal, não seja motivo de afastar um do outro. Muitas mulheres no período gestacional iniciam um processo de irritabilidade muito grande em relação ao parceiro, tomando por ele todo o tipo de distância, inclusive sexual. É como se só o seu amor pelo filho bastasse ou fosse o único verdadeiro. Essa sensação chega a ser tão forte que algumas sentem enjôos na presença do marido.
Esse processo de isolamento costuma ser muito sofrido para o homem e muitas vezes ele opta a afastar-se cada vez mais. É então que o efeito circular se evidencia, pois diante dessa reação a mulher acredita que ele não a ama e não a deseja mais; a perturbação está, pois, instaurada.
Mas também acontece desse distanciamento não ser provocado pela mulher e sim pelo homem. Se para o pai não existe o comprometimento físico, sem dúvida, o psicológico e emocional podem ser extremamente complicados. Muitos homens afastam-se de suas mulheres assim que a gravidez é confirmada ou começa a mostrar contornos no corpo dela. Dificilmente esse comportamento tem origem na falta de desejo por conta das transformações físicas que ela sofre; quase sempre a questão envolve fatores psíquicos. Alguns homens, inconscientemente, começam a ver no casamento uma relação incestuosa; como se fosse impossível amar a mulher que ao mesmo tempo é a mãe de seu filho.
Qualquer que seja a dificuldade, uma boa dose de compreensão e paciência, somados ao diálogo harmonioso pode ser o bastante para que ambos as superem.
Claro que nos primeiros meses o bebê exigirá muito dos dois, normalmente mais da mãe que ainda estará convalescente do parto. Noites mal dormidas podem ser contínuas e o cansaço é inteiramente compreensível. Entretanto, nada que se possa estender mais do que uns três meses, depois disso é preciso que o casal encontre uma rotina que os satisfaça como pais e cônjuges. Para a mulher essa transição costuma ser bem mais difícil, o bebê exerce um encanto totalmente sedutor na mãe e, inconscientemente, ela só tem olhos para aquele ser mágico. O papel do marido se faz urgente nesse período, pois, é preciso compreender que entre mãe e filho existe um cordão muito mais forte do que aquele cortado no nascimento. É o momento de chamar a mulher de volta, de buscar o seu espaço entre aqueles dois seres que até então vivem em ligação simbiótica, conquistando a posição de membro igualmente importante naquele clã. Pela complexidade do momento, todo carinho e determinação são essenciais por parte do marido que deve agir com firmeza, mas igualmente com muito amor e compreensão. Chegando a um equilíbrio ambos acabarão por entender a necessidade de se unirem encontrando a melhor forma de lidarem com as questões que se impõem. Isso de todas as formas será fundamental para o desenvolvimento saudável do filho, pois, excesso de proteção pode ser muito prejudicial à criança.
Portanto, é fundamental que o casal busque desde cedo harmonizar e organizar sua vida diante das novas circunstâncias desta etapa. Se surgirem dificuldades, há que se buscar a orientação e os serviços de um profissional especializado. Todo o esforço deve ser no sentido de atingir o equilíbrio necessário ao desenvolvimento saudável da nova família.
Cada um dos cônjuges assume novos papéis e, consequentemente, novas responsabilidades, passando de “amparados” para “amparadores”. Surge então a necessidade do casal se organizar para encarar as demandas da nova etapa. Ouve-se muito falar sobre as providências práticas como enxoval e quarto do bebê, mas as providências que se evidenciam são as de ordem emocional a fim de que essa nova família tenha condições de se desenvolver de forma sadia. Isto significa que homem e mulher deverão equilibrar, dentro do possível, seus papéis como pai e mãe, marido e mulher, companheiros, parentes e amigos. É também um período que se deve dar muita atenção para a fronteira da nova família já que sendo principiantes, todos se sentem no direito de invadir e dar palpites. Cabe aos cônjuges mostrar que desejam e não abrem mão de exercer a principal autoridade sob o bebê que é a paterna e materna e que, dessa forma, devem ser respeitados.
Existe ainda uma questão fundamental no reequilíbrio da vida do casal que é o grande fascínio que o bebê exerce, monopolizando atenção e carinho. É importante lembrar que não é porque pai e mãe estão felizes e desejam estar com seu rebento, que o homem e a mulher deixam de ter suas necessidades afetivas e sexuais. Muito a que se vigiar para que o filho que deve unir ainda mais o casal, não seja motivo de afastar um do outro. Muitas mulheres no período gestacional iniciam um processo de irritabilidade muito grande em relação ao parceiro, tomando por ele todo o tipo de distância, inclusive sexual. É como se só o seu amor pelo filho bastasse ou fosse o único verdadeiro. Essa sensação chega a ser tão forte que algumas sentem enjôos na presença do marido.
Esse processo de isolamento costuma ser muito sofrido para o homem e muitas vezes ele opta a afastar-se cada vez mais. É então que o efeito circular se evidencia, pois diante dessa reação a mulher acredita que ele não a ama e não a deseja mais; a perturbação está, pois, instaurada.
Mas também acontece desse distanciamento não ser provocado pela mulher e sim pelo homem. Se para o pai não existe o comprometimento físico, sem dúvida, o psicológico e emocional podem ser extremamente complicados. Muitos homens afastam-se de suas mulheres assim que a gravidez é confirmada ou começa a mostrar contornos no corpo dela. Dificilmente esse comportamento tem origem na falta de desejo por conta das transformações físicas que ela sofre; quase sempre a questão envolve fatores psíquicos. Alguns homens, inconscientemente, começam a ver no casamento uma relação incestuosa; como se fosse impossível amar a mulher que ao mesmo tempo é a mãe de seu filho.
Qualquer que seja a dificuldade, uma boa dose de compreensão e paciência, somados ao diálogo harmonioso pode ser o bastante para que ambos as superem.
Claro que nos primeiros meses o bebê exigirá muito dos dois, normalmente mais da mãe que ainda estará convalescente do parto. Noites mal dormidas podem ser contínuas e o cansaço é inteiramente compreensível. Entretanto, nada que se possa estender mais do que uns três meses, depois disso é preciso que o casal encontre uma rotina que os satisfaça como pais e cônjuges. Para a mulher essa transição costuma ser bem mais difícil, o bebê exerce um encanto totalmente sedutor na mãe e, inconscientemente, ela só tem olhos para aquele ser mágico. O papel do marido se faz urgente nesse período, pois, é preciso compreender que entre mãe e filho existe um cordão muito mais forte do que aquele cortado no nascimento. É o momento de chamar a mulher de volta, de buscar o seu espaço entre aqueles dois seres que até então vivem em ligação simbiótica, conquistando a posição de membro igualmente importante naquele clã. Pela complexidade do momento, todo carinho e determinação são essenciais por parte do marido que deve agir com firmeza, mas igualmente com muito amor e compreensão. Chegando a um equilíbrio ambos acabarão por entender a necessidade de se unirem encontrando a melhor forma de lidarem com as questões que se impõem. Isso de todas as formas será fundamental para o desenvolvimento saudável do filho, pois, excesso de proteção pode ser muito prejudicial à criança.
Portanto, é fundamental que o casal busque desde cedo harmonizar e organizar sua vida diante das novas circunstâncias desta etapa. Se surgirem dificuldades, há que se buscar a orientação e os serviços de um profissional especializado. Todo o esforço deve ser no sentido de atingir o equilíbrio necessário ao desenvolvimento saudável da nova família.
Por: Suely Buriasco – Palestrante, Educadora e Mediadora de Conflitos
Imagem: Reprodução